- Rita, ouve-me!...
- Por favor, Sofia, mudemos de assunto. Tu conheces-me e sabes muito bem como é que eu funciono. Preocupo-me com as pequenas coisas, mas com as de maiores dimensões tento só pensar no momento adequado, no momento que considero certo - tento não sofrer por antecipação, opto pelo optimismo. Percebes?
- Percebo que tens medo, Sofia.
- Talvez... mas trata-se do meu futuro, e isso assusta-me.
- Continuo achar que isso tudo ou é medo ou é cobardia.
E nesta conversa de messenger, o silêncio instala-se.
Minutos depois:
- Eu estou contigo, Rita.
- Não... Eu precisava de alguém que me dissesse aquilo que eu queria ouvir e não tudo o que tu tens dito até agora...
- Mas, Rita, é só para teu bem!
- Não te preocupes, Sofia. Eu safo-me sozinha.
Sem ti. Sem ninguém. Eu safo-me.
Rita fica offline.
[Dois dias depois]
- Finalmente, Rita!! Estou farta de te ligar e tu nada...
- Desculpa, Sofia.
Olha, estou grávida. Tinhas razão...
Na nossa última conversa eu já sabia, mas não tive coragem para te contar...
Não, o filho não é do Vasco, mas sim do Filipe.
Eu sei que namoro com o Vasco, mas o Filipe reapareceu na minha vida e disse que me amava e que faria de tudo para ficar comigo... o tempo passou e eu, quando dei por mim, estava deitada, na cama com ele.
Foi uma estupidez, mas aconteceu. Até porque... o Filipe voltou a desaparecer. Ou seja, estou só, novamente. Acreditei nele e deixei-me levar... Agora lixo-me.
Estou de rastos, Sofia.
Um beijo e até mais... Agora vou-me embora. Só te queria contar isto, mas não tenho coragem para ler o que tu tens para me dizer. Acho que já me sinto suficientemente estúpida para ouvir-te dizer o mesmo.
Beijo, obrigada, gosto de ti.
- Por favor, Sofia, mudemos de assunto. Tu conheces-me e sabes muito bem como é que eu funciono. Preocupo-me com as pequenas coisas, mas com as de maiores dimensões tento só pensar no momento adequado, no momento que considero certo - tento não sofrer por antecipação, opto pelo optimismo. Percebes?
- Percebo que tens medo, Sofia.
- Talvez... mas trata-se do meu futuro, e isso assusta-me.
- Continuo achar que isso tudo ou é medo ou é cobardia.
E nesta conversa de messenger, o silêncio instala-se.
Minutos depois:
- Eu estou contigo, Rita.
- Não... Eu precisava de alguém que me dissesse aquilo que eu queria ouvir e não tudo o que tu tens dito até agora...
- Mas, Rita, é só para teu bem!
- Não te preocupes, Sofia. Eu safo-me sozinha.
Sem ti. Sem ninguém. Eu safo-me.
Rita fica offline.
[Dois dias depois]
- Finalmente, Rita!! Estou farta de te ligar e tu nada...
- Desculpa, Sofia.
Olha, estou grávida. Tinhas razão...
Na nossa última conversa eu já sabia, mas não tive coragem para te contar...
Não, o filho não é do Vasco, mas sim do Filipe.
Eu sei que namoro com o Vasco, mas o Filipe reapareceu na minha vida e disse que me amava e que faria de tudo para ficar comigo... o tempo passou e eu, quando dei por mim, estava deitada, na cama com ele.
Foi uma estupidez, mas aconteceu. Até porque... o Filipe voltou a desaparecer. Ou seja, estou só, novamente. Acreditei nele e deixei-me levar... Agora lixo-me.
Estou de rastos, Sofia.
Um beijo e até mais... Agora vou-me embora. Só te queria contar isto, mas não tenho coragem para ler o que tu tens para me dizer. Acho que já me sinto suficientemente estúpida para ouvir-te dizer o mesmo.
Beijo, obrigada, gosto de ti.
Ás vezes basta só ouvir.
ResponderEliminarNem sempre temos a certeza.
Nem sempre temos todos os porquês, os sims, os nãos.
Temos a realidade e nem sempre sabemos o que vai acontecer depois.
bjs
Já não vinha aqui há um tempo... asneira!
ResponderEliminarRealmente dá gosto aqui vir saborear o gosto das tuas palavras.
Beijo
Um conto virtual mas que é uma realidade de todos os dias.
ResponderEliminarA Rita não está sózinha, a não ser que prefira fechar-se na sua concha...
Gosto de [te] ler.
POr vezes não queremos nada...
ResponderEliminarQueremos apenas um outro lado...
Um lado que oiça as nossas palavras...
Que as liberte de nós e as guarde no outro...
Um beijinho
Participa do desafio que lancei no tons de azul. :)
Só passei para dizer um olá ;)
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
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ResponderEliminarPOEMA POUCO ORIGINAL DO MEDO, de Alexandre O'Neill:
ResponderEliminarO medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
sim
a ratos
Diz João Lobo Antunes que a dificuldade de ser homem e mulher começa a aprender-se na escola. Espaço social onde temos muita dificuldade de nos libertar do Não sei!...
Wislawa Szymborska, poetisa polaca já vencedora do Nobel diz que este "Não sei" é a fonte dos poetas. Mas que é também o dom daqueles que exercem o seu trabalho com amor e imaginação.
Esse é o dom que vejo espelhado no que escreves.
Um beijinho!
Olá
ResponderEliminarpois o amor faz-nos cometer erros que depois mais tarde nos podemos arrepender, mas naquele instante ela não pensou nas consequências, deixou-se levar apenas pelo amor.
Bjhs e boa Páscoa
Quando nos sentimos sozinhos perante uma situação menos boa, o risco do problema parecer mais grave do que realmente é, acaba por ser maior.
ResponderEliminarÉ importante, por isso, saber ouvir e, se necessário, saber aconselhar.
Boa Páscoa, beijos.
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Uma Páscoa Muito Feliz, deseja a Daniela
And so the story goes... são decisões erradas que por vezes tomamos e temos que enfrentar...
ResponderEliminarQue bom ter amigos com quem podemos, falar, partilhar e reencontrar as nossas forças.
Beijinho Grande
Capítulo I - A CAMINHO
ResponderEliminar(Abril, ao raiar d'alva. Por uma encosta de sementeiras, pastos, olivedos e amendoaes em flor vae um loiro peregrino adolescente, d'olhos ingenuos e extasiados no alvor da estrella da manhã.)
UM LAVRADOR
(de noventa anos, em mangas de camisa a lavrar uma terra)
Ó Senhor tão novo, d'olhos côr de esp'rança,
Ides de caminho para algum logar?
O PEREGRINO
Vou dar volta ao mundo...
Começa assim a obra "Os Simples", de Guerra Junqueiro, publicada pela primeira vez em 1892.
"Acusas-me" de te dizer, igual a outros, "Ah, não penses nisso." Minha querida aluna, leste bem as últimas frases do que te escrevi?
Quando eu falo nos teus verdes anos, não te estou a apoucar e até digo que tal resulta da condição biológica, inexorável, que é de todos.
Repara, Guerra Junqueiro, no pequeno intróito põe o adolescente a subir a encosta, põe-no a subir para o que enfrenta pela primeira vez. Não obstante todo o empenho, toda a lucidez do jovem a sua perspectiva é sempre filha dos seus "verdes anos". Ele olha o monte, que sobe ali à frente dele. Por mais que ele veja, vê sempre de maneira diferente de quem olha o monte de cima para baixo. E o velho de noventa anos, se calhar, já subiu o monte, já o desceu e agora olha e vê o que o adolescente vê. Mas vê de maneira diferente. Porque já subiu e já desceu. Entendes-me agora?
O que o velho diz a seguir ao adolescente é Penas e miserias é o que ireis achar!...
Não é isso que te digo, pois não?... E nem o velho diz ao jovem para não subir. No fundo, o que ele está a dizer é que ele já subiu também.
Em Agosto vou subir o Quilimanjaro. Vou subir a encosta. Podes crer que me sinto adolescente peregrino outra vez. Na verdade, vou atrás de um sonho, e não sei o que vou achar. Quando me vejo ao espelho, ora reconheço o jovem de Guerra Junqueiro, ora o espelho me reflecte no lavrador de noventa anos. Confesso que me delicio nesta dicotomia! Podes crer que faço questão de guardar na memória três momentos no Quilimanjaro: olhá-lo quando começar a subir a encosta; olhar em volta quando chegar lá acima; e voltar-me para trás e olhar para cima, do mesmo ponto onde terei começado a subir a encosta.
Pouco depois de acabar o curso de Psicologia, uma colega de curso, tornada amiga e companheira para toda a vida, disse de mim, à minha frente, numa conversa de grupo: Se se diz nem oito, nem oitenta, o Fernando é o oito e o oitenta, tão depressa é o mais puto de todos, tão depressa é o mais velho de todos a pensar seriamente nas coisas, mas velho no que ser velho tem de bom...
Heterónima Madalena, não te nego alma, paixão, lucidez, tudo o que tu quiseres... Não, não!...
Também eu já escrevi muito, não é?
OK. Vá, sobe a montanha. Não tenho dúvida que o teu encantamento perante a vida te poderá levar longe.
Mais beijinhos!
Obrigada a todos pelos vossos comentários. Não tenho ido aos vossos blogs, é certo... mas rapidamente a situação tende a mudar, espero ;D
ResponderEliminarbeijos a todos!!!***
Caro Professor Fernando, tem um e-mail! Um e-mail que serve de resposta, desta vez não muito aprofundada, e um pedido de ajuda :D
Beijokita ;)**