quarta-feira, setembro 23, 2009

40 - a tua voz

Julgar-te-ia longe, se não tivesses tão perto; mergulharia em ti, se a minha sede não tivesse saciado; conjugaria o verbo existir no futuro, se a nossa história ainda não tivesse terminado.

Sinto o frio de cada noite solitária, o frio que me aquece, que me conforta, que me adormece; sinto a lágrima que não escorre, mas que me percorre com um força que não se esgota e que me cansa; um olhar incolor, que não cativa, que não arde com o murmurar que é cúmplice, mas efémero. Penso em ti, às vezes. Sorrio e sei que vou ficar aqui, até a tua voz chamar por mim.