quinta-feira, julho 22, 2010

47 - prefiro

se desejasse a rotina, bem sei que ela matar-me-ia. porquê? porque dentro do meu inconformismo, já me conformei que não é recta a linha da minha vida! posso perder-me nos meus gritos de loucura, mas são nesses mesmos gritos que me encontro. preciso. sinto. vivo. e pé ante pé, vou escutando este silêncio, de aspecto desinteressante, mas de uma alma que me arrepia. oiço-o e por ele deixo-me guiar. dou-lhe voz. sorrio-lhe. abraço-lhe. beijá-lo-ia, se pudesse. se nem a minha alma sossega, como poderia desejar uma vida monótona, onde as oportunidades de aprendizagem tocar-me-iam no ombro, mas cega, seria incapaz de as ver, agarrar? prefiro assim. prefiro assustar-me com o amanhã, chorar, berrar, rir e brilhar; prefiro ser eu e tudo o mais quanto possa ser; prefiro abarcar este mundo e o outro, se houver; prefiro ser gente e com a gente refilar, criticar, amar; prefiro a intensidade de qualquer sentimento à sua pobreza; prefiro preferir, escolher, optar; prefiro cair pela minha preferência, escolha, opção à preferência, escolha, opção de outros alheios ao meu interior. prefiro Ser. eu, sempre eu. simplesmente eu.

uma vez mais.