A alma grita. Não consigo esperar. Deixo o livro e pego, quase que bruscamente, no lápis que, rapidamente, se apodera de mim. Preciso expulsar estes sentimentos que, aos poucos, vão-me enfraquecendo. Ridicularizam-me. Até eu, tenho vergonha de mim. Falho. Só falho. Ultimamente, falhar poderia ser o sinónimo do meu nome, do meu corpo, da minha voz, do meu jeito de viver. Não sou assim. Descubro-me. E até essa descoberta me magoa, não estava preparada.
Deixo-me ir, assim, desengonçada. Puxo por mim, arrasto-me... mas parece não chegar, estou demasiado pesada para caminhar; demasiado sonolenta, para acordar; demasiado triste para mudar...
Mas, enquanto o lápis escrever, enquanto a mente imaginar, sei que a solidão não é total, sei que a melancolia, fria e trémula, é compreendida. Tenho o abraço destas palavras que, mesmo que tristes, sorriem-me e abraçam-me. Confortam-me e fazem-me acreditar...
Deixo-me ir, assim, desengonçada. Puxo por mim, arrasto-me... mas parece não chegar, estou demasiado pesada para caminhar; demasiado sonolenta, para acordar; demasiado triste para mudar...
Mas, enquanto o lápis escrever, enquanto a mente imaginar, sei que a solidão não é total, sei que a melancolia, fria e trémula, é compreendida. Tenho o abraço destas palavras que, mesmo que tristes, sorriem-me e abraçam-me. Confortam-me e fazem-me acreditar...