quinta-feira, outubro 21, 2010

50 - desistir? não, obrigada.

É tão fácil enganar. Faz-se um sorriso e esforça-se para que ele não esmoreça. Modelam-se palavras, diz-se o que se sabe que é bom de ouvir. E depois? Depois, já sozinha, quando ninguém pode ouvir… chora-se. Chora a alma, choram os olhos. E as palavras, boas ou más, deixam de existir, porque a força exercida durante o dia, para com a sociedade, foi tal que já não há espaço para teatros. Somos só nós: frágeis, incapazes, e passamos de geniais a bestas.

Mas quando menos esperamos nascem pessoas capazes de nos abraçar, que sem nos questionar, apenas estão lá: confortam-nos com o olhar e com o toque nos animam. E volta-se acreditar.

Vamos sendo levados pela maré. Às vezes quase que nos deixamos afogar, mas depois, depois a consciência dita que somos capazes de tudo, só depende de nós. Se falhamos, a culpa é nossa. Só nossa. Mas se vencemos, a culpa é de todos aqueles que fazem parte de nós. E aqui somos felizes. Sorrimos e vivemos.

Descarregamos. Gritamos. Enlouquecemos. Faz bem. Uma dor que corrói, quase que nos mata, mas que, se bem gerida, transforma-se em energia, em vontade, em querer, em viver! E vive-se. Ah, como é bom ter esta sorte, ter esta oportunidade para Ser.

E assim, no meio de sentimentos opostos, que me confundem, que me fazem sentir o que não quero, eu só sei de uma coisa...

… desistir? Não obrigada.

quinta-feira, outubro 07, 2010

49 - arte

Com a suavidade do teu Ser, rasgas conformismos ridículos, palavras falsas e cruéis. És gente. Gente que grita, sonha e acredita; gente que não imita! O olhar, atento, desce colinas traiçoeiras, escapa a precipícios risonhos. Pé ante pé, degrau após degrau, vais subindo e subindo, deixando para trás criaturas iguais aos demais. Sorris. O sabor da vitória sabe bem, mas é ainda mais delicioso o sentir que nada fará abandonar valores e ideais e que com orgulho dizemos não quando de nós esperam um sim; que rimos quando de nós esperam um choro dramático; e é com orgulho que mais do que dizer, mostramos que somos simplesmente o que somos, sem máscaras vulgares, sem palavras e gestos mecânicos. E tu és gente, gente que se irrita, porque és gente que não se limita.

E em suaves melodias, ping pong se ouvia, o sorriso da menina que hoje nascia!


post dedicado à nossa grande artista portuguesa Marina Mota, que faz hoje anos! Parabéns, marina. :))

no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=bcHUup1sXbQ

terça-feira, outubro 05, 2010

48 - dor

Eu sei lá porque espero, eu sei lá porque choro, eu sei lá porque me magoo. Gritaria, se pudesse, mas até a minha voz se envergonha de mim. Emudecida, esconde-se. E eu aqui. Cada lágrima que percorre o meu rosto dita a sentença da minha alma. Está condenada. Pode lutar, pode erguer-se, pode querer, que rapidamente a vão fazer desiste, cair, perder. Tudo assim, de repente.

Deixo que me levem. O corpo é incapaz de se revoltar. Já caiu, agora é tarde demais.