É tão fácil enganar. Faz-se um sorriso e esforça-se para que ele não esmoreça. Modelam-se palavras, diz-se o que se sabe que é bom de ouvir. E depois? Depois, já sozinha, quando ninguém pode ouvir… chora-se. Chora a alma, choram os olhos. E as palavras, boas ou más, deixam de existir, porque a força exercida durante o dia, para com a sociedade, foi tal que já não há espaço para teatros. Somos só nós: frágeis, incapazes, e passamos de geniais a bestas.
Mas quando menos esperamos nascem pessoas capazes de nos abraçar, que sem nos questionar, apenas estão lá: confortam-nos com o olhar e com o toque nos animam. E volta-se acreditar.
Vamos sendo levados pela maré. Às vezes quase que nos deixamos afogar, mas depois, depois a consciência dita que somos capazes de tudo, só depende de nós. Se falhamos, a culpa é nossa. Só nossa. Mas se vencemos, a culpa é de todos aqueles que fazem parte de nós. E aqui somos felizes. Sorrimos e vivemos.
Descarregamos. Gritamos. Enlouquecemos. Faz bem. Uma dor que corrói, quase que nos mata, mas que, se bem gerida, transforma-se em energia, em vontade, em querer, em viver! E vive-se. Ah, como é bom ter esta sorte, ter esta oportunidade para Ser.
E assim, no meio de sentimentos opostos, que me confundem, que me fazem sentir o que não quero, eu só sei de uma coisa...
… desistir? Não obrigada.