- Bom dia, Joana. Passa-me, por favor, a toalha. – Disse carinhosamente Miguel com a sua habitual voz de menino que ainda precisa da mãe e que, ao acordar, parece tão inocente como um bebé acabado de nascer.
E, passando genuinamente a toalha, Joana sem nada lhe dizer, esboça apenas um sorriso.
A vida de recém-casados correra lindamente. A cumplicidade notava-se no olhar. Os lábios, mesmo sem se mexerem, falavam, embora eles fossem os únicos a ouvir aquele silêncio. O unir das mãos era feito com uma suavidade que, quando se tocavam, permaneciam unidas durante muito tempo, pelo menos o tempo necessário para se voltarem apaixonar. E, assim, os dias iam passando e a paixão continuara viva.
Joana era daquelas mulheres que acreditava que o casamento era, de facto, para toda a vida. Mas, um dia, percebeu que nada é para sempre. E, por isso, por muito que ela quisesse, o amor não duraria eternamente. Passou acreditar na efemeridade da vida no dia em que descobriu que o marido, que sempre lhe parecera tão fiel e verdadeiramente apaixonado, a traíra. O choque foi brutal. Joana sentiu o mundo a cair sobre si e para tornar a situação verdadeiramente desoladora descobrira, também naquela altura, que não tinha um único amigo, nem um único familiar com quem pudesse chorar destemidamente, sem medos e sem segredos. Lembrou-se que todos a tinham abandonado no dia em que decidiu casar com Miguel. Agora, ao se olhar, viria apenas um buraco sem fundo e, logo se apercebeu, que esse mesmo buraco correspondia ao vazio que sentia; à solidão que a envolvia e que a matava por não saber lidar com ela. O ódio por si mesma assim como o arrependimento logo surgiu. Lamentou o facto de ter lutado por um amor que não valera a pena. Não se arrependera pela relação não ter resultado, mas sim por ter sido traída mesmo antes de casar e essa traição ter continuado. E, sendo assim, não era o amor que tinha acabado, mas era sim o amor que nunca tinha nascido.
O Miguel traíra a Joana com o Orlando. O Orlando!, o grande amor do Miguel que, para o esconder, a família o obrigara a casar com a rapariguinha bonitinha mas tão ingenuazinha: Joana!
Nem os amigos, nem os familiares de Joana sabiam desse amor secreto do Miguel. Mas, a cumplicidade, o amor, a paixão verdadeiramente ardente que Joana sentia, não passara de um ilusão que só ela julgara existir. Todos que a rodeavam sempre se aperceberam da ausência de química entre o casal; do carinho forçado por parte do Miguel... Mas, para Joana – ou para os seus olhos - , tudo correra como uma verdadeira história de amor.
Traições! Enganos! Dor e mais dor! Um sofrimento profundo que, um dia, já mais não fará sentido. Nada é eterno: nem o amor, nem a dor...
E, passando genuinamente a toalha, Joana sem nada lhe dizer, esboça apenas um sorriso.
A vida de recém-casados correra lindamente. A cumplicidade notava-se no olhar. Os lábios, mesmo sem se mexerem, falavam, embora eles fossem os únicos a ouvir aquele silêncio. O unir das mãos era feito com uma suavidade que, quando se tocavam, permaneciam unidas durante muito tempo, pelo menos o tempo necessário para se voltarem apaixonar. E, assim, os dias iam passando e a paixão continuara viva.
Joana era daquelas mulheres que acreditava que o casamento era, de facto, para toda a vida. Mas, um dia, percebeu que nada é para sempre. E, por isso, por muito que ela quisesse, o amor não duraria eternamente. Passou acreditar na efemeridade da vida no dia em que descobriu que o marido, que sempre lhe parecera tão fiel e verdadeiramente apaixonado, a traíra. O choque foi brutal. Joana sentiu o mundo a cair sobre si e para tornar a situação verdadeiramente desoladora descobrira, também naquela altura, que não tinha um único amigo, nem um único familiar com quem pudesse chorar destemidamente, sem medos e sem segredos. Lembrou-se que todos a tinham abandonado no dia em que decidiu casar com Miguel. Agora, ao se olhar, viria apenas um buraco sem fundo e, logo se apercebeu, que esse mesmo buraco correspondia ao vazio que sentia; à solidão que a envolvia e que a matava por não saber lidar com ela. O ódio por si mesma assim como o arrependimento logo surgiu. Lamentou o facto de ter lutado por um amor que não valera a pena. Não se arrependera pela relação não ter resultado, mas sim por ter sido traída mesmo antes de casar e essa traição ter continuado. E, sendo assim, não era o amor que tinha acabado, mas era sim o amor que nunca tinha nascido.
O Miguel traíra a Joana com o Orlando. O Orlando!, o grande amor do Miguel que, para o esconder, a família o obrigara a casar com a rapariguinha bonitinha mas tão ingenuazinha: Joana!
Nem os amigos, nem os familiares de Joana sabiam desse amor secreto do Miguel. Mas, a cumplicidade, o amor, a paixão verdadeiramente ardente que Joana sentia, não passara de um ilusão que só ela julgara existir. Todos que a rodeavam sempre se aperceberam da ausência de química entre o casal; do carinho forçado por parte do Miguel... Mas, para Joana – ou para os seus olhos - , tudo correra como uma verdadeira história de amor.
Traições! Enganos! Dor e mais dor! Um sofrimento profundo que, um dia, já mais não fará sentido. Nada é eterno: nem o amor, nem a dor...
Prefiro acreditar, que são as dores fortes e os sofrimentos pelo que passamos, que nos ajudam a conhecer-nos, a nós, aos outros ao mundo em que vivêmos.
ResponderEliminarJá cheguei à conclusão que todos compreendêmos o sofrimento do amigo que temos ao lado...mas só nos apercebemos que ele existe quando "o" vivêmos na pele....
E quando chega a essa hora, há que ter serenidade de espírito para o perceber... porque chegou... porque aconteceu, aceitá-lo e tirar a melhor lição possível dele, para que não volte a acontecer... mas... há sempre um MAS... não somos seres perfeitos... e nem sempre a lição fica aprendida nem à primeira, nem à segunda, nem à terceira!!! é a vida.
Um beijo.Gosto muito de te ler!!
Excelente post, como já nos habituaste.
ResponderEliminarMas, sabes, a ser trocada, preferia que o fosse por um homem. Pelo menos, seria por alguém com quem sabia nunca poder competir, bem como saberia exactamente o que é que ele tinha que eu não tinha.
Beijos.
Oiii...uia ke graça aki..adorei.!
ResponderEliminarVim retribuir a visita ke tu me fez em meu blogge!obrigada pelo comentario!desejo te uma noite de quarta muito feliz!Beijokas em ti.volte sempre!bjokas mil..!!!!!!
O fim de um amor(neste caso existia só de uma parte), uma separação, já é muito dificil de ultrapassar...imagino neste caso realmente o que "Ela" teria sentido e passado...
ResponderEliminarsabes que cada vez mais me apercebo que apenas há 2 tipos de pessoas: as que já foram traídas e as que ainda vão ser traídas...
ResponderEliminarVentos que vêm do norte da europa ou a emancipação dos sentimentos, não sei. mas custa, e irá custar sempre
Nada dura eternamente e o tempo cura tudo...
ResponderEliminarBeijinho
Olá Madalena!
ResponderEliminarBem-vinda ao meu cantinho! :)
Adorei ler o pc que li aqui! Quando tiver mais tempo leio o resto!! :)
Beijinhos
Levar bofetadas deste género está a tornar-se demasiado normal, até dói pensar que se tornou tão banal! Mas, a verdade é que faz parte da vida e como diz a Miudaaa servirão, eventualmente, para nos conhecer-mos melhor e para entender o que nos rodeia,que, infelizmente, está longe de ser perfeito!
ResponderEliminarBecito
"Nada é eterno"... Tenho as minhas dúvidas. Há amores e dores que ficam por mais esforço que se faça para extingui-los.
ResponderEliminarO mais difícil de ver é o que está diante dos nossos olhoa.
ResponderEliminarHá que saber enfrentar cada etapa da Vida...
ResponderEliminar;-)
Boa noite a todos*
Emoções ao rubro no teu blog... gostei da ideia... Orlando de Vriginia Wolf ou pura coincidência?... :)
ResponderEliminarGostei de ler.
É como eu digo "Quem trai uma vez, trai sempre mais duas ou três"...
mas esta não foi uma traição, foi apenas uma vida mal resolvida que acabou por arrastar uma outra consigo, a da Joana... Ter a capacidade de assumir quem somos e o que somos é o mais dificil na vida, porque pode significar questionar a forma como fomos "programados" e as pessoas que nos "programaram" e a sociedade que as "programou"...
Beijinho bom fim de semana
Olá.
ResponderEliminarJá me tinham falado deste blog e na altura por qq razão não vim ver. Agora para agradecer a visita, caio num espaço onde espero vir deliciar-me com mais calma.
Obrigado.
:)
explicaram-me um dia que traição é fazer mal intencionalmente a outra pessoa. Neste caso houve infidelidade, o que é diferente.
ResponderEliminarAcontece como disse o Luis. Mas no fundo é normal. Quem definiu o casamento para sempre foi a Igreja e não o ser humano.
Acontece a todos. Sofre-se. E depois continua-se.
O "para sempre" ja não existe; talvez nunca tenha existido... só é pena que se brinque com os sentimentosdos outros...
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu blog, Madalena. Estive a ler as suas "vidas" e acho interessante que, de aparentes histórias simples do cotidiano, se fale de coisas verdadeiramente importantes:) Saudações.
ResponderEliminarA maturidade é isto mesmo: a descrição é magnífica e as palavras supérfluas...
ResponderEliminarnada que o tempo não resolva ou atenue..
ResponderEliminarBem apanhado!!
Bjo
Cris
adorei ler-te... so vemos o k queremos ver, aí está o grande mal...
ResponderEliminara dor nao é eterna desde que saibamos lidar com ela...
Especialmente a dor... porque de amor podemos continuar sempre à procura sem receios. Há que acreditar... Um beijo enorme.
ResponderEliminarGostei muito do seu blog, te vi quando visitava um blog de um amigo.
ResponderEliminarAcho que você tem toda razão quando diz que tudo acaba, o amor e a dor, isso me lembra uma frase dita por um sábio: tudo passa, as coisas boas e ruins.
Gostei mt dos seus textos, vistarei mais vezes com ctz!
Beijos
Muitas das vezes acreditamos que tudo é para sempre, sem saber que o para sempre, sempre acaba.
ResponderEliminarAdorei o teu blog.
Beijinhos,
Sophie
Nada é eterno, apenas o presente nos oferece essa sensação...
ResponderEliminarUm doce beijo para ti, até outro instante!
O amor é eterno mesmo se a relação não é... infelizmente nem sempre o amor é correspondido. Infelizmente, em muitos relacionamentos há alguem que ama mais que o outro...
ResponderEliminarInfelizmente o amor não é garantia da felicidade eterna...
Mas sem ele o mundo não tem som, cor ou sabor... sem ele viver não faz sentido.
Apaixonamos por vezes pelas pessoas erradas, há que encontrar a coragem de sair de relacionamentos sem destino e procurar um que nos acompanhe até o fim.
Adorei!
Boa noite,
ResponderEliminar"Nada é eterno: nem o amor, nem a dor..."
Para mim a saudade é eterna, simplesmente eterna...
;)
O amor...
ResponderEliminarque sentimento tão contraditório, que chega, afinal, ao limite da dor.
Julgo que nunca haverá uma definição/conceito, unívoco, para o amor.
Aqui, se a "Joana" perdoasse e eventualmente ajudasse na nova vida do "Miguel", talvez sim, se pudesse falar de amor.
Tudo o resto é egoísmo.
O dizer-se "meu"/"minha" quando se fala de pessoas, é mau por si só.
Digo eu, que não sei falar de amor.
Mas o amor é lindo! :)
eternas as palavras e nem sempre... abraço...
ResponderEliminarTerá sido esta história, mais uma história de traição? não creio, penso que sim antes um engano permanente da "Joana", algo que nunca quis ver e que pensou que mudaria.
ResponderEliminarGrande é este texto...
ResponderEliminarGrande és tu...
Grande é este magnifico blog.
Gostei e viciei.
Parabéns e bjos
Eugénio Rodrigues
Madalena, gostei do tema que escreves. Agora, se queres realmente que fiquemos a pensar sobre ele (é a minha opinião!) deverás explorar em profundidade os sentimentos envolvidos; a descoberta e as suas consequências; o dilema da personagem (fico ou vou embora)...
ResponderEliminarDe resto está bém escrito..mas não deve ser isso que procuras, certo?
Bjs
Ups, esquecime de te relembrar...ainda não voltaste...!
ResponderEliminarObrigada a todos pelos comentários em relação ao texto e em relação às palavras que me são dirigidas.
ResponderEliminarUm beijo,
boa noite!*
PS: a única coisa que eu pretendo, Guilherme F., é escrever... Se passa alguma mensagem para além dum simples texto, então ainda bem... ;-)*
Hoje, com as tuas palavras, regressei atrás no tempo... e já alguns anos passaram... mas tudo está lá nos recantos da memória... é... nada é efémero...
ResponderEliminar