O teu cheiro não me sai da pele e o fumo dos teus cigarros teimam em permanecer no meu cabelo. Adias a tua partida. Todos os dias voltamos a fazer amor como se fosse a última vez. Todos os dias inundo esse teu olhar de beijos embrulhados em lágrimas ocultas. Desejo-te, mas sei que partirás.
Tremo de cada vez que as tuas mãos tocam nas minhas, de cada vez que nos envolvemos nos braços dum do outro. Tremo de cada vez que a ânsia de te ter me percorre o corpo e me diz, baixinho, "vais ficar sozinha, de novo... uma vez mais".
Esmoreço.
Deixo-me cair, no meio da sala, naquele tapete que a avó me deu, naquele tapete que, por tantas vezes absorveu o meu choro e as gotas de whisky ou do vinho tinto que acabam por escorrer da garrafa… ou até dos meus lábios, quando perdem a vontade de sentir, de viver.
Tu não sabes, mas vais embora.
É sempre assim. O amor, por aqui, nunca dura muito tempo – acaba sempre por partir. Tu não serás a excepção e esta voz que teima em me avisar, em me relembrar, dá-me razão e tira-me o sossego.
Desespero.
Depois dirás que a culpa foi minha, porque fui eu que insisti em ver o que não era possível de visualizar, porque não existia; que ouvia o que não tinha som; que teimava em acreditar numa história que não era real. E, assim, em vez de viver aquele amor, fazia questão de o sentir já morto, mesmo quando tinha acabado de nascer.
Eu direi que és louco, como digo sempre, a todos. Deixarás escorrer uma lágrima e dir-me-ás que fui uma desilusão e pela tua boca sairão palavras como amo-te, és diferente, única, especial, tenho pena, fim.
Responderei com gritos de desespero, com palavras maliciosas e com gestos suicidas. E a voz continua em mim, dizendo "vês?! Eu avisei-te. Disse-te que ele iria embora. Vais ficar sozinha, de novo... uma vez mais". E como por instinto faço com que essa voz se oiça, dizendo bem alto, já com o copo de whisky na mão,
vês como vais embora?... Porque não acreditaste em mim e não partiste mesmo antes de teres chegado até mim?
Fechas a porta.
Deixo-me cair no meio da sala, naquele tapete que a avó me deu...
A história repete-se.
É o fim.
Tremo de cada vez que as tuas mãos tocam nas minhas, de cada vez que nos envolvemos nos braços dum do outro. Tremo de cada vez que a ânsia de te ter me percorre o corpo e me diz, baixinho, "vais ficar sozinha, de novo... uma vez mais".
Esmoreço.
Deixo-me cair, no meio da sala, naquele tapete que a avó me deu, naquele tapete que, por tantas vezes absorveu o meu choro e as gotas de whisky ou do vinho tinto que acabam por escorrer da garrafa… ou até dos meus lábios, quando perdem a vontade de sentir, de viver.
Tu não sabes, mas vais embora.
É sempre assim. O amor, por aqui, nunca dura muito tempo – acaba sempre por partir. Tu não serás a excepção e esta voz que teima em me avisar, em me relembrar, dá-me razão e tira-me o sossego.
Desespero.
Depois dirás que a culpa foi minha, porque fui eu que insisti em ver o que não era possível de visualizar, porque não existia; que ouvia o que não tinha som; que teimava em acreditar numa história que não era real. E, assim, em vez de viver aquele amor, fazia questão de o sentir já morto, mesmo quando tinha acabado de nascer.
Eu direi que és louco, como digo sempre, a todos. Deixarás escorrer uma lágrima e dir-me-ás que fui uma desilusão e pela tua boca sairão palavras como amo-te, és diferente, única, especial, tenho pena, fim.
Responderei com gritos de desespero, com palavras maliciosas e com gestos suicidas. E a voz continua em mim, dizendo "vês?! Eu avisei-te. Disse-te que ele iria embora. Vais ficar sozinha, de novo... uma vez mais". E como por instinto faço com que essa voz se oiça, dizendo bem alto, já com o copo de whisky na mão,
vês como vais embora?... Porque não acreditaste em mim e não partiste mesmo antes de teres chegado até mim?
Fechas a porta.
Deixo-me cair no meio da sala, naquele tapete que a avó me deu...
A história repete-se.
É o fim.
O charme discreto de uma estética subtil, erotizante, uma miscelânea gratificante que só de ler faz bem à alma...
ResponderEliminarEnfim, um bálsamo!...
Bonito e profundo.
ResponderEliminarwww.eloquencias.blogspot.com
Que história linda... que coisa forte!
ResponderEliminarNossa! Fiquei sem ar!
Obrigado pela visita.
Um abraço.
adoro o teu blog, sarinha.
ResponderEliminarbeijinho* , saracsousa
Linda história, minha querida!
ResponderEliminarMuitos beijos e muito obrigada,
Renata
palavras intensas..
ResponderEliminaradorei ler-te.
beijo...
Agora, só para te agradecer o comentário e acresentar que:
ResponderEliminar... linda és tu, que tens as cores da vida!!!
Volto, mais logo, para comentar o teu post (ando naquela correria que só nos desatina... mas enfim, isto compõe-se...)
Um beijo, Sara
Olá!
ResponderEliminarObrigado pelo teu comentários, e por me teres dado a possibilidade de conhecer o teu cantinho, lindo.
Uma historia de uma certeza que o amor nunca dura pra sempre, simplesmente e momento do momento
Mil beijos
Rachel
Olá Madalena,
ResponderEliminargrata pela visita ao meu blog.
Gostei de conhecer o teu.
Bjs
Gostei que me trouxesses aqui... gosto de ver gente jovem a escrever tão bem.
ResponderEliminarBeijos
Fico teu fã!
ResponderEliminarObrigado pela visita e comentário
Bjnhs
profundamente PODEROSAS - as tuas palavras!!
ResponderEliminarbj
Fechas a porta.
ResponderEliminar----------
Certamente foi o último a sair. Lá diz o ditado: 'O último a sair, que feche a porta'.
---------
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Um beijinho.
Manuel
Uma história vivida, tão emocionante que não dá para ficar indiferente. Porque todos nós conhecemos aquela voz que nos avisa... e mesmo assim, arriscamos e entregamo-nos contra todo o nosso bom senso na esperança que o fim será diferente.
ResponderEliminarTens uma formula mágica de incluir os leitores na tua história - as tuas histórias são simplesmente viciantes.
Obrigado pela mensagem de força, que me deixas-te no blog! é complicado conseguir ultrapassar tudo isto, doi demais!
ResponderEliminarEste tem post roubou-me uma lágrima! não fui capaz de ficar indiferente!Continua a postar!
Um beijinho
Marina
Oi Sara,
ResponderEliminarAgradeço a sua companhia lá em meu blog, junto a um café...
Muito bonito esse seu texto. Nem sempre é fácil lidar com a partida de alguém, ainda mais em se tratando de corpos unidos pelo amor...
Beijos,
Ola'!
ResponderEliminarVim agradecer-te a tua visita ao meu blog e conhecer o teu, que alias, e' lindo e com muitos textos lindos para apreciar...
Gostei! Gostei muito! Tanto que ja me tornei (per)seguidora... :o)
Beijos, flores e muitos sorrisos! :o)
Olá
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu blog.
Gostei do que li.
Um texto sofrido!
Nada é eterno...tudo é efémero...até o amor!
Bjs.
Lisa
Uma bela história ...
ResponderEliminarmuito bem contada ... parabéns...
obrigada pela visita ao meu blogue ...
volta sempre ... a casa é tua
beijinhos
isabel
sorry ...
ResponderEliminaro comentário acima é meu ...
estava "logada" numa conta sem perfil ...
bjs
vontade de amar!
ResponderEliminarbelo texto.
ResponderEliminarTudo faz parte, tudo...
Maurizio
Boa história e nem termina tão triste - tens um tapete dado pela avó. = aconchego.
ResponderEliminarQuerida amiga,
ResponderEliminarNão sei porquê... mas não acredito numa linha do que escreveste. Acho que é tudo ficção...
E o que eu penso não tem nada a ver com o texto que escreveste, que tem imensa qualidade. Tem apenas a ver como te imagino, mesmo sem te conhecer o suficiente para o fazer.
Acreditava mais depressa se fosse o contrário...
Mas se a história é real ou verdadeira não tem muita importância, já que ela reflecte uma situação muito comum nas relações de namoro entre as pessoas, principalmente quando são tão novas como tu.
Sara, tem um bom fim de semana
Beijos
PS: lembrei-me agora... e se trocasses de tapete? talvez as coisas resultassem melhor...
Porque se centram as mulheres no amor do homem ausente? Para quem tem as cores da vida e o dom da palavra, não vale esconder-se assim... não vale mesmo!
ResponderEliminarA verdade dos sentidos em palavras fluídas.Gostei do texto pela simplicidade com que nos cativa e prende a atenção.
ResponderEliminarBonito adorei ler estas lindas e belas palavras.
ResponderEliminarBom final de semana
bjs
Obrigada pela tua visita ao meu cantinho.
ResponderEliminarBela história mas com triste fim.
Um pequeno conselho : se não queres que ele saia para sempre, não o deixas entrar....Espera que venha aquele que saberá apreciar todas as cores da vida que tens para oferecer !
Beijinhos
Verdinha
Vim retribuir e agradecer sua visita e comentário num dos meus blogs.
ResponderEliminarAchei curioso que, ao procurar a Madalena acabei chegando em Sara Mota...
Mas, ok, gostei do que vi aqui. Voltarei outras vezes.
Cheiros sempre são marcantes. Cheiros de amor, esses então grudam, nem no nariz, nem no cérebro, mas sim na alma!
ResponderEliminarJá o cheiro do cigarro, esse impregna, acho detestável. Acho que esta situação seria impossível para mim: não haveria partida pois nunca permitiria a chegada...
Cheiros à parte, é uma históra muito bem escrita, na minha opinião. Sensível, tocante, romântica, triste, consciente. Gostei. Parabéns.
Estas histórias deixam-nos sem palavras!
ResponderEliminarMuito bem!
*****
Necessitamos de amor. Ele dá sentido às nossas vidas. É o combustível que nos anima. Sem ele é difícil suportar o destino, ou amar a vida.
O amor é-nos intrínseco, e, de acordo com certa visão científica, ele é o herdeiro de um certo sonho bacteriano: o sonho remoto de qualquer bactéria em se unir e fundir com outra.
Alguns pensadores, sobretudo modernos e contemporâneas defendem que o homem não pode prescindir da ilusão. Ela faz parte da natureza humana, e é uma forma de fugirmos à vida real, e ao sofrimento e falta de sentido presente no fundo da nossa existência. A vida passa pelo sonho. O homem não suporta viver constantemente a verdadeira realidade.
Abençoado seja o que inventou o sono, a manta que cobre todos os pensamentos humanos, o alimento que satisfaz a fome, a bebida que apazigua a sede, o fogo que aquece o frio, o frio que modera o calor, e, finalmente, a moeda corrente que compra todas as coisas, e a balança e os pesos que igualizam o pastor e o rei, o ignorante e o sábio.
Devemos agradecer às ilusões. E aceitá-las sem queixumes, se porventura colidem com a realidade e se desfazem em pedaços. Elas são, afinal, uma forma de dar sentido à vida.
Vim espreitar para ver se tinhas trocado de tapete... isto é, se tinhas publicado novo post...
ResponderEliminarMadalena (ou Sara...?), desejo-te uma óptima semana.
Beijos.
Muito bom... continua a alimentar este teu espaço com tão belos textos.
ResponderEliminarBjs e parabens
Luis
porque muitas vezes a vida faz-se em círculo e leva-nos sempre ao mesmo cenário
ResponderEliminargostei muito de ler
beijo
É melhor assim.
ResponderEliminarO sexo pode ser bom, mas cigarros e Whisky são uma combinação explosiva :)
Kiss, Kiss!!!
Ele há mãos que tremem lol
ResponderEliminarGosto muito da tua escrita e da tua sensibilidade aguçada. Toda tu és poesia de facto.
Bom dia :)
ResponderEliminarQue sua semana seja repleta de coisas boas
beijossss
Gostei como sempre da tua ficção... se bem que nela há sempre uma pincelada de verdade...!
ResponderEliminarÉs memo boa.
ResponderEliminarA vida é para ser vivida intensamente, um dia depois do outro sem pensar no final já que esse é sempre inevitável...
ResponderEliminarGostei da intensidade das palavras.
Beijocas
Tem vocação para escrever dramas urbanos.
ResponderEliminarQuer dizer que a Madalena é o seu alter ego?
Obrigado pela visita ao condado.
Um beijo!
Sara, madalena é um luxo!! Sofre, sonha e regogiza na mesma intensidade! :D Beijus,
ResponderEliminareita! Regojiza!!
ResponderEliminarAdorei o texto, e senti o medo presente...
ResponderEliminarGostei bastante do blog e resolvi seguir-te! =D espero que nao te importes! ;)
e surge uma nova história
ResponderEliminarbeijo
Querida Madalena,
ResponderEliminarHá mais, muito mais, para o Natal doque luz de vela e alegria;
É o espírito de doce amizade que brilha todo o ano.
É consideração e bondade, é a esperança renascida novamente, para paz, para entendimento, e para benevolência dos homens.
É o nascimento de Jesus!
Muitas flores, muitos sorrisos e muita paz no coração!
Beijos... sempre!
a vida é assim mesmo camarada!
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